
Mercado de turismo – Você sabe o que está por trás da venda de bilhetes e pacotes? | parte III
Terminando nossa série de posts sobre o como funciona o mercado de turismo, depois de conhecermos os atores e as entidades do setor, no post de hoje vamos entender melhor os cenários de compra de produto e tudo o que está por trás de cada etapa, além de uma análise de mercado.
Cenários de compra e venda de produtos
Compra direta - corporativa
Possível cenário corporativo em um layout chamado de “Compra Direta”:
Corporativo regular: cenário 1
Layout de negociações de um dos cenários mais comuns de atendimento corporativo.
Corporativo regular: cenário 2
Outro cenário bem comum no mercado corporativo de viagens
Viajante a lazer - cenário 1

Viajante a lazer- cenário 2
Viajante a lazer - ota
Apesar de o diagrama estar mais elaborado, o cenário de compra de uma OTA é similar ao cenário de compra com uma agência intermediária.
Análise de mercado
Clientes corporativos
O mercado de turismo é muito dinâmico e a negociação da estrutura de acordo de compra de viagens para uma empresa conta com diversas opções, o que é muito bom para o cliente final, mas precisa de apoio especializado para escolha do formato que melhor atenda e traga melhores benefícios para o cliente. O modelo do momento e que tem tomado muita atenção da mídia especializada, é a compra direta do cliente corporativo com acordos diretos com as companhias aéreas. Já existem alguns clientes privados exercendo este modelo, citando alguns orgão públicos por exemplo: Camara dos Deputados, Governo federal, entre outros do mercado privado. É sem dúvida um modelo que pode trazer mais benefícios e transparência para o cliente final, mas, deve ser executado sobre a supervisão de consultoria especializada, para ajudar o cliente na negociação de acordos, garantir a aplicação de acordos comerciais de descontos e ajudar o cliente final a efetuar o processo de conciliação, além de todo o apoio tecnológico necessário para integrar com os sistemas legados dos clientes que compram a solução. Um modelo híbrido da compra direta é a contratação de sistema de tecnologia de viagens de forma independente da agência, dando ao cliente final maior flexibilidade e liberdade no momento de troca ou escolha de um novo fornecedor, e deixando para a agência somente os casos mais delicados que demandem conhecimento especializado.
Agências corporativas
As grandes agências enfrentam hoje o grande desafio de se reinventar. A pressão por parte dos clientes pela diminuição do valor do fees e a crescente cobrança dos repasses de remunerações extras aos clientes, tem feito muitos donos de TMC perderem o sono. A solução óbvia é investir em tecnologia para se tornar cada vez mais eficiente, prestar atendimento de qualidade e automatizar a maior parte dos processos. O nicho reservado às agências corporativas menores, em minha opinião, continua interessante, apesar de não ser muito escalável. Agências menores conseguem proporcionar um nível de atendimento muito superior aos clientes, podem automatizar seus processos e adotar filosofias e modelos de atendimentos vencedores.
Agências de lazer
OTAs hoje em dia competem por marketing e possuem pequenos diferenciais tecnológicos. Na prática, nenhuma OTAs hoje ganha dinheiro, mas, por outro lado, pavimenta o futuro, fortalecendo suas marcas, para consolidar seus canais de venda em médio prazo. Definitivamente as OTAs vieram para ficar, mas ainda existem muitas mudanças, evoluções e crescimento de mercado para acontecer, para que o mercado fique realmente atraente. Agências de lazer, de nicho e especializadas continuam com o seu lugar ao sol, apesar de sofrerem o mesmo problema de escalabilidade. Mas sem dúvida nunca vai faltar clientela para agências que prestam serviço e atendimento de qualidade.
Operadores e consolidadores
Existe definitivamente demanda de mercado para operação de produtos. O brasileiro em geral, se sente mais confortável em comprar produtos prontos. Os operadores que melhor empacotarem seus produtos, conseguirem melhores negociações de preços e uma cadeia de agências distribuidoras fiéis, tem a formula do sucesso. EDIT: Outro nicho muito interessante na operação de viagens são as agências de luxo e de criação de roteiros customizados. É outro setor que precisa investir muito em tecnologia, pois é ainda, mesmo em empresas de grande expressão, um tipo de atividade que ainda conta com muitos processos manuais e poucos automatizados. Além de ser também uma característica de serviço muito especifica da América Latina. Da mesma forma, vai sempre existir mercado para o intermediador de crédito de venda de passagens aéreas, que é o papel do consolidador. Os consolidadores vêm sendo cada vez mais provedores de tecnologia, e além de ofertar crédito, resta saber se a tecnologia que eles planejam oferecer não vai virar commodities onde todas as agências terão livre contratação, inclusive com liberdade de escolha de consolidadores, a distância de um clique.
Conclusão
O mercado de turismo brasileiro está em constante mudança há muitos anos, e tende a continuar assim por um bom tempo. Temos uma fragmentação única de fornecimento de vendas de aéreo e um território grande que intensifica a venda de produtos nacionais. As várias verticais do mercado, modelos de cobrança, sistemas antigos e novas tecnologias abrem espaço para novos negócios, no entanto, o empreendedor deste mercado deve conhecer muito bem o nicho onde esta investindo. E é isso! Espero que tenham gostado dos posts, qualquer dúvida ou opinião escreva nos comentários! Se você perdeu os outros posts, clique aqui para conhecer os atores do setor e aqui as entidades do mercado de turismo. Abraços e até a próxima! :) Autor: Ciro Nola Colaboração: Ana Karoline Sousa
2 comentários
bom dia,
gostaria de mais informações sobre essa analise de mercado descrita acima.
vocês tem algum email para trocar uma ideia?
Olá Bruno, entre em contato no e-mail ciro.nola@envisiontecnologia.com.br